28.08.10

Controle de constitucionalidade moderno

É com satisfação que convidamos para o lançamento do livro Controle de Constitucionalidade Moderno, escrito pelo advogado e mestre em Direito Constitucional Saul Tourinho Leal. Pensado dentro do plenário do STF, o livro é verdadeiro instrumento de pesquisa e trabalho para estudantes e profissionais do Direito. O lançamento acontece nesta quarta-feira, dia 1º de setembro, às 18 horas, na biblioteca do Supremo Tribunal Federal.

Leia a resenha do livro escrita pelo jornalista Rodrigo Haidar*:

Livro explica fenômeno da judicialização da vida

Em março, o Supremo Tribunal Federal foi palco de uma série de audiências públicas sobre a adoção de cotas raciais como critério de ingresso em universidades. O objetivo foi o de instruir o processo no qual se decidirá se as universidades podem reservar um percentual de suas vagas para alunos negros. Ainda neste ano, o STF deve decidir se mulheres grávidas de fetos anencéfalos têm o direito de interromper a gravidez. Outro tema polêmico na pauta da Corte Suprema neste ano é a possibilidade de os efeitos da união estável entre homem e mulher serem estendidos às relações homoafetivas.

Da política à ciência. Da economia à religião. Pense em um tema importante para a sociedade: a última palavra sobre ele será ou foi dada pelo Supremo Tribunal Federal. Agrade-nos ou não, a Constituição de 1988 fez do Judiciário – cuja representação máxima é o Supremo – o Poder que determina os limites dos outros dois Poderes da República. Não é por outra razão que, hoje, discutem-se nas ruas as decisões do STF com empolgação semelhante à das discussões que precedem clássicos do futebol.

Mas o fato de todo mundo falar do Supremo não significa que todos o compreendam ou tenham clara a dimensão de seu papel institucional. O livro Controle de Constitucionalidade Moderno, escrito pelo advogado e professor de Direito Constitucional Saul Tourinho Leal, foi feito sob medida para que este “Poder Supremo” seja bem compreendido.

O livro é um verdadeiro manual esquemático para entender o papel da Justiça não só no Brasil, mas no mundo. A obra responde as diversas perguntas surgidas na esteira do protagonismo do Poder Judiciário: a independência entre os poderes acabou? Por que o Supremo pode decidir sobre tudo, até sobre o orçamento da União? Por que pode determinar que a Executivo pague determinado tratamento médico? Por que pode regular um tema até que o Legislativo, omisso, legisle sobre ele?

As dúvidas nascem às pencas e as respostas são complexas. O didatismo ímpar do professor Tourinho Leal, contudo, tornam as respostas mais simples do que aparentam ser. O livro é uma coletânea de tudo o que o STF tem decidido em torno do controle de constitucionalidade nos últimos tempos. Sua leitura revela que o autor é um dos raros privilegiados que conhecem bem a Corte Suprema.

Não é à toa: a obra foi escrita dentro do Plenário do STF, durante as sessões das quartas e quintas-feiras. Com a pontualidade do ministro Marco Aurélio, sempre que o Pleno se reúne, o advogado Saul Tourinho Leal está nas primeiras fileiras da plateia tomando notas. Observador intenso, costuma atentar aos detalhes que à primeira vista parecem desimportantes, mas são fundamentais para entender o funcionamento do tribunal.

Viagem pela Constituição

O resultado destes anos de estudo in loco foi publicado em 396 páginas que nos remetem a uma viagem ao mundo do controle de constitucionalidade. Nada escapa. Desde a introdução, onde o autor explica para que serve uma Constituição, a linguagem simples e analítica ajuda a desvendar esse movimento histórico no qual o Judiciário se torna o protagonista e comandante dos destinos do país.

Para a boa compreensão do fenômeno, o autor lança mão da análise comparada em diversos pontos do livro. Por exemplo, quando conta que o instituto da modulação dos efeitos das decisões judiciais ganhou relevância nos Estados Unidos, na progressista Corte de Warren. Em 1961, a Suprema Corte americana decidiu que provas obtidas ilegalmente pela autoridade policial não poderiam ser admitidas em juízo. A decisão geraria um efeito cascata de proporções imensuráveis em casos já julgados, nos quais provas ilegais serviram para a formação da culpa. A saída foi determinar que a decisão se aplicasse apenas daquele momento em diante.

Com esse exemplo, Saul Tourinho Leal nos faz entender de forma muita mais clara o que é a tal modulação dos efeitos. E com diversos outros exemplos semelhantes – o livro é recheado deles –, o autor desmitifica o controle de constitucionalidade para que o leitor possa compreender os tempos em que vive e acompanhar como parte o processo histórico que transformou o Judiciário no principal Poder da sociedade.

A linguagem é técnica e bem explicativa em diversas passagens, o que transforma o livro em um grande instrumento de pesquisa e trabalho para estudantes e profissionais do Direito. Mas a escrita quase informal em tantos outros trechos torna a obra uma prazerosa leitura também para quem quer apenas entender os movimentos do Direito e da Justiça.

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*Rodrigo Haidar é jornalista especializado na cobertura da área jurídica.

NOTA: o blog Os Constitucionalistas sorteará dois exemplares do livro. Para participar, acesse o twitter do blog http://twitter.com/Os_Constitucion.



4 Comentários

  1. […] This post was mentioned on Twitter by Larissa Chaul, Matheus Lima, inonato, Pedro Milfont, Mariana Medeiros and others. Mariana Medeiros said: RT @os_constitucion: Dê RT e concorra ao livro Controle de Constitucionalidade Moderno, de Saul T. Leal, que será lançado no STF dia 01/09 http://migre.me/19I5c […]

  2. Renato Romão disse:

    Achei muito interessante a abordagem do livro. O controle da constitucionalidade vem no Direito Constitucional do Seculo XXI como importante consolidação de um sistema de controle jurisdicional de constitucionalidade, com a continuidade da conjugação dos sistemas difuso e concentrado.Gostaria de ganhar um exemplar. Parabéns ao blog “Os Constitucionalistas”.

  3. Os Constitucionalistas disse:

    Renato, o blog sorteará dois exemplares do livro Controle de Constitucionalidade Moderno. Para saber como participar, acesse o twitter do blog: twitter.com/Os_Constitucion. Equipe Os Constitucionalistas

  4. Valdecy Alves disse:

    DENÚNCIA: Eliana Calmon, CORREGEDORA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, na entrevista à revista Veja, que circula hoje, dia 26/09/2010, página 110/112, DEIXA O PODER JUDICIÁRIO NU. Entre suas denúncias: Desembargadores que ligam pra juízes pedindo liminares por pura politicagem; Que são promovidos juízes e desembargadores corruptos, que traficam influência; Que a os piores magistrados são os que chegam aos tribunais e os honestos são castigados; Afirma que para ser ministra do STJ teve padrinhos políticos como todos os outros ministros; Denuncia o lobby dos advogados filhos de desembargadores nos tribunais; Acusa o Poder Judiciário de não ser humilde, de se achar superior, de sofrer de uma doença denominada ‘JUIZITE” e outras denúncias. DENÚNCIAS SÉRIAS. Quem milita sabe disso, mas bom vir a público, necessário mudar tal realidade. Viva ao Conselho Nacional de Justiça e é bom que se denunciem os juízes politiqueiros ao CNJ! Divulguem a entrevista!